quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Intimidade é de dois

Afinidade é aquilo que te faz sentir vontade de criar, desenvolver os outros sentimentos.

Intimidade é o que te torna capaz de entender, aceitar e melhorar sempre aquilo que você sente.

Afinidade gera desejo. O desejo te faz ir em frente e fazer aquilo que te deu vontade na hora. Mas é a intimidade que vai te dar segurança para olhar nos olhos depois, sorrir, estar seguro, e querer de novo.

Afinidade te faz sentir saudade, te faz querer parar o mundo, largar tudo, e sair correndo para ficar com a pessoa. Mas é a intimidade que te dá vontade de continuar lá, que te faz ter certeza de que não era só curiosidade, ciúmes, desconfiança... de que era vontade de estar junto mesmo.

Afinidade te aproxima da pessoa. Intimidade te faz ter vontade de fazer planos com ela, de pensar junto, de transformar desejos individuais em um só.

Afinidade te ajuda a lembrar de nomes de pessoas que poderiam estar com você em determinado momento. Intimidade te faz ficar repetindo mentalmente o nome de uma pessoa e conseguir criar formas de encaixá-la em todos os momentos da sua vida.


Intimidade é recíproca, não tem como errar. Ou é pros dois, ou não tem.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Tudo novo, de novo!

Até aquele momento, a vontade era voltar no tempo, pedir à minha mãe que me colocasse de volta no berço, ou ao meu pai que me pegasse pela mão e me ensinasse novamente os primeiros passos. Era tudo tão bonito e simples naquela época, até o tempo passar e ir destruindo tudo.

É impressionante como nos deixamos machucar tanto, a ponto de estar num lugar lindo e colorido, mas com o coração tão negro quanto nuvens carregadas em dia de tempestade. E até chegar ali, era assim que eu me sentia.

O carro cortando a estrada, reduzindo em cada curva ou acelerando ao máximo nas retas, só me fazia deixar pra trás essa coisa escura que escorre da dor e do medo. Eu sentia o cheiro da vida se aproximando, e os carros de trás atropelavam as pedras que eu ia tirando de dentro da alma e jogando pra fora da janela.

O tempo passava devagar demais para quem só queria chegar e enterrar na areia toda a podridão que tinha dentro do peito. Enfim, cheguei. Encontrei a praia mais distante, com o mar mais profundo e joguei tudo lá. 

Fiquei olhando atentamente, até ter certeza de que aquele barril de pólvora havia afundado e nunca mais poderia explodir e machucar ninguém, nem a mim.

A última bolha sumiu. E os fogos acenderam no céu.

Feliz Ano Novo!